Quinta-feira, o ano era 2005, eram mais ou menos 23:30, eu já tinha tomado algumas e meus amigos estavam prontos pra curtir noite. Eles pretendiam ir num “BAR MPB” que ficava perto da republica que eu morava em Cornélio Procópio. Na verdade, o lugar era um daqueles ambientes - como diria Carr - em que se pode disparar uma arma em qualquer direção sem, no entanto, correr o risco de ferir uma pessoa de bem. Quando cheguei no bar, meus amigos já estavam lá há algum tempo, tomando umas cervejas. Eu logo notei que tinha um cara no palco tocando um violão e cantando. Notei também que tinha um violão de sobra ao seu lado. O cara era conhecido meu e, assim que ele me viu, me escalou para assumir o segundo violão.
Poutz, eu já estava Zêbado, malemá consegui acompanhá-lo nos sons que ele tocava. Parei então por alguns instantes e me lembrei de uma música massa para a ocasião: Radio Blá do Lobão! Eu tinha conseguido uma MP3 na net em que o Lobão cantava uma pá de putarias no meio da letra. Essa versão acabou se tornando a versão oficial da música para mim, já que eu não tinha e nem me interessava pela original (a faixa gravada em estúdio).
Metade da música foi o suficiente pro dono do bar invadir o palco e me mandar embora. O legal foi que algumas pessoas foram solidárias a mim e se retiraram do bar junto comigo. Ainda me recordo de um cara se irritando com o dono da espelunca: – Porra, Lobão não é MPB? – enquanto ele tratava de “me mandar embora”.
Esses dias consegui o Lobão Acústico MTV e, quando ouvi uma versão dá Radio Blá muito parecida com a que fez eu ser “enxotado” do buraco, achei legal relatar o fato aqui!
Abaixo a versão da letra da música que eu toquei, até a parte que eu toquei:
Ela adora me fazer de otário
Para entre amigas ter o que falar
É a onda da paixão paranóica
Praticando sexo como um jogo de azar
Uma noite ela me disse “quero me apaixonar”
Como quem pede desculpas pra si mesmo
A paixão não tem nada a ver com a vontade
Quando bate é o alarme de um louco desejo
Não dá para controlar, não dá
Não dá pra planejar
Eu ligo o rádio e blá, blá
Blá, blá, blá, blá, eu te amo
Não dá pra planejar
Eu ligo o rádio e blá, blá
Blá, blá, blá, blá, je t'aime
Sua vida burguesa é um romance
Um roteiro de intrigas pra Fellini filmar
Cercada de drogas e de amigos absolutamente inúteis
E ninguém pensaria que ela quer fu... ela quer fu... ela quer FODEEEEEEEER!
Reconheço que ela me deixa de pau duro
Sou louco...