Hoje voltei (depois de muito tempo) para atualizar minha listas de coisas pra fazer antes de morrer e resolvi escrever esse relato sobre a nossa (minha e da minha amora Francine Diniz) à Europa. Há muito tempo que venho planejando uma viagem para o velho continente, mas nunca tinha conseguido ir; por causa de tempo, dinheiro ou companhia.
Bem, tudo começou com um plano de viajarmos para Cancun e que depois quase se concretizou em uma viagem à Punta Cana. A Francine estava me cobrando de fazer uma viagem há muito tempo, e então as se resolveram para o meu lado e eu pude enfim agendar. Começamos orçando pacotes pela CVC e a Francine optou por Punta Cana, pelo fato do pessoal recomendar tal destino para casais, uma vez que Cancun é conhecida pelos bacanais para solteiros. Quase que fechamos. Alguns empecilhos para transferir o dinheiro do pagamento acabou nos proporcionando a oportunidade de comprar um pacote bem mais interessante e com muito mais tempo de viagem.
A ideia inicial era ficarmos 7 dias em Punta Cana, com aquelas mordomias do tipo all inclusive. Mas no outro dia encontrei um pacote no Hotel Urbano que era praticamente o meu sonho de consumo: Paris, Amsterdã, Lisboa e Londres. O pacote incluia somente o aéreo e o hotel e tinha opções de 8 a 12 dias praticamente pelo mesmo preço do pacote da CVC para Punta Cana. Fechamos!
Enquanto você está no Brasil, a equipe do Hotel Urbano é muito atenciosa e prestativa (e adiante eu vou explicar o porquê do “equanto está no Brasil”). Nosso pacote era do tipo “datas abertas” e então você tem que sugerir 3 datas pretendidas para a viagem, com intervalos de 7 dias entre elas. Não tive qualquer problema com isso, eles aceitaram a primeira data que eu solicitei. Alguns dias depois, você já recebe o itinerário, as passagens aéreas, os hotéis e os horários. Tudo na mais perfeita ordem.
Uma vez com os vouchers na mãos, começamos a pesquisar a reputação dos hotéis, já que a localização não era das melhores. Pesquisei no Booking e no Trivago sobre nossas estadias e tive que me esforçar para me animar. Tá aí uma boa dica: a qualificação que você encontra lá é realmente o que você vai encontrar. Neste ponto, tentei contato com o Hotel Urbano para tentar trocá-los por um Íbis da vida, já que pelo menos esse eu conheço bem. Sem sucesso. A resposta foi toda simpática e cordial, porém negativa.
Bem, com isso em mente, ficamos tentando nos convencer que era exagero das negativações e que a realidade seria outra. A preocupação agora era contratar um seguro viagem, comprar alguns euros, libras e um cartão de débitos daqueles do tipo VTM. Por indicação de um amigo, fiz isso na Confidence Câmbio e fiquei muito satisfeito com tudo. O seguro viagem eu contratei pela https://www.seguroviagem.srv.br/, também por indicação de outro amigo, e fiquei muito satisfeito com o atendimento. E partimos viajar.
Paris
No dia 08 de abril (2017) saímos do Aeroporto Internacional de Guarulhos com destino à Casablanca, no Marrocos, para um conexão de 5 horas até o vôo para Paris. Sim, tem conexão, afinal, pacotes baratos, voos baratos. Fomos de Air Maroc, num Airbus A340 que parecia em condições razoáveis, considerando que não sei nada sobre aviação civil. Os assentos são aqueles clássicos da classe econômica: pouco reclináveis e apertados pra dedéu. A companhia tem um sistema de televisão interno em que cada assento possui seu próprio monitor que lhe permite escolher entre um catálogo limitado de filmes, séries e jogos – o meu não estava funcionando. No voo nos foi servido um jantar e um café da manhã que eu considerei dentro dos padrões: bom e só.Chegamos na França ao anoitecer, por volta das 22h, e um parisiense que estava do meu lado no avião me explicou um pouco sobre a segurança pública e os pontos turísticos da cidade. Pegamos um Uber do aeroporto até o hotel. Já era noite e embora esse cara ter dito que era seguro, decidimos não arriscar indo de metrô. Aqui vai uma dica importante: você não consegue pegar Uber nos aeroportos europeus. Geralmente você tem ir para as regiões mais externas dos aeroportos, longe dos serviços de táxi. Com relação a preços, também não é muito diferente não. Optamos pelo Uber porque é mais prático e geralmente os carros são mais novos e confortáveis.
O hotel que ficamos foi o Median Paris Congres. Meio longe do centro de Paris e das principais atrações turísticas. Mas nem tão longe assim. Se você olhar pelo Google Street View, vai perceber que parece que passaram com uma rodovia elevada na frente do hotel, o que fez com que a região ficasse com aspecto de beco. Perguntei ao motorista do Uber se era tranquilo caminhar por lá e ele me disse que sim. Segundo ele mesmo, era uma região muito tranquila porém sem muita opção de vida noturna. O hotel, apesar da aparência externa, era limpo, aconchegante, com camas confortáveis e quieto, apesar das qualificações baixas nos sites de reserva. Ficamos muitos satisfeitos com os serviços prestados. Eles tomam conta da sua bagagem antes do check in e depois do checkout para você não ter que ficar carregando malas consigo enquanto aguarda para ocupar o quarto, ou entre a desocupação e o horário do voo de partida. Outro fato digno de nota é que a região em que o hotel está, pelo menos estava à época da nossa viagem, passando por muitas reformas, o que causa um pouco de transtorno para trafegar pelas ruas.
No nosso primeiro dia em Paris, a primeira preocupação foi encontrar um chip de dados para poder acessar a Internet. Embora tudo quanto é lugar da Europa tenha conexão wi-fi, é sempre bom ter uma conexão 4G para não ter que ficar ancorando em cafés e bares. Comprei um chip da Orange, de 10GB por 40 euros. Um amigo tinha recomendado o chip da Lebara, que é vendido em qualquer casa de tabaco, mas eu acabei achando o da Orange primeiro.
Já com relação ao roteiro, decidimos por limitá-lo, uma vez que só tínhamos 3 dias em Paris e tivemos que optar pelas atrações mais importantes (famosas). Como foi a primeira viagem que fizemos, encaramos-a como uma viagem de reconhecimento; futuramente voltaremos para conhecer o resto. O roteiro que fizemos foi esse.
Amsterdam
De Paris, pegamos um voo de Transavia para Amsterdã. O avião, por se tratar de um voo dentro da Europa, era menor, mais apertado e, para a classe econômica, tudo era cobrado. Até o cafezinho. Porém o voo é rápido, pouco mais de uma hora e já estávamos desembarcando. Mais uma vez tivemos problema para pegar o Uber dentro do aeroporto e tivemos que nos dirigir até uma área em que os taxistas não atuavam.Ficamos no Hotel Nieuw Slotania, um prédio de 5 andares, velho e enorme horizontalmente (abrange quase metade do quarteirão) com corredores estreitos e sinistros lá dentro. O quarto era sujo, empoeirado, bem fraco mesmo. A Francine reparou poeira no chão que permaneceu até o dia em que fomos embora. Sem contar que parece que a política quanto ao uso de maconha nos quartos era bem liberal. Chegava até dar uma briza andar pelos corredores. Também estava muito frio lá na Holanda e eles sequer ligaram o aquecedor. Em contrapartida, o hotel fica numa região muito legal. Tem restaurantes perto (do lado), feiras na frente, shopping, supermercado e uma linha de bonde (tram) que passa na porta. A Internet do Hotel também é muito boa e é cheio de turistas lá, o tempo todo.
Em Amsterdam você paga pra mijar. Seja lá onde você for, sempre vão te cobrar 1 euro pra você usar o banheiro. Seja você cliente ou não. Alguns estabelecimentos somente deixam o potinho lá na porta, pra você jogar as moedas, entretanto, alguns outros te cobram já no balcão. Os trams funcionam muito bem, são muito limpos e fáceis de usar. Você entra em qualquer um deles e pede “a ticket for the whole day” que custa uns 5 euros e te permite pegar qualquer tipo de transporte público pelo dia inteiro. Lembrando que lá é igual na França: você faz checkin do ticket quando entra na condução e o checkout quando a deixa. Eles ficam advertindo isso o tempo todo. Ah, outra coisa, assim como na França, a água da torneira é potável e eles se orgulham muito disso. Portanto não gaste seu dinheiro comprando água mineral. Em qualquer praça que você passar vai ter uma bica para você poder encher sua garrafa.
Lisboa
Antes de ter ido viajar, se eu tivesse que escolher um destino para excluir eu teria escolhido sem rodeios Lisboa. Preconceituosamente. Simplesmente não tinha o menor interesse por conhecer a terra dos nossos colonizadores.
Como eu estava errado!
Eu não parei para pesquisar, mas pra mim ficou bem claro que o Euro em Portugal compra mais do que nos outros países: eu paguei 90 centavos de euro por uma imperial lá (equivalente ao nosso chope aqui). Se eu estiver errado, alguém me corrija aí, por favor. O pessoal de Lisboa é muito caloroso, conversador e educado. O português deles é bem rápido e por vezes eu tive que pedir educadamente para que eles repetissem. Lá, ficamos no hotel Residencial Lar do Areeiro que eu achei bom: muito simpáticos, hotel limpo e seguro. Só não gostei da cama e do banheiro que alagava. Lá, perto do hotel, tem um restaurante bem movimentado, onde comi a melhor sobremesa da minha vida: uma torta de limão num restaurante chamado O Pote.