16 janeiro 2008

Vlad Drácula

Vlad Tepes nasceu em Novembro ou Dezembro de 1431, no castelo de Sighisoara, atual Romênia. Seu pai, Vlad Dracul (Vlad II), naquele tempo indicado governador da Transilvânia pelo imperador Sigismundo, tinha sido iniciado na Ordem do Dragão cerca de um ano antes. A ordem foi uma sociedade religiosa e semi-militar originalmente criada em 1387 pelo Sagrado Imperador Romano e sua segunda esposa, Bárbara Cilli. O principal objetivo de tal ordem secreta de cavaleiros era proteger os interesses do catolicismo e combater os Turcos. O fato de Vlad II ter sido iniciado na Ordem do Dragão explica a origem do nome Dracula. “Dracul”, em romeno, significa Dragão (ou domônio), por este motivo, os nobres da Romênia, que sabiam da iniciação do pai de Vlad Tepes, decidiram chamá-lo de Dracul. “Dracula” é um diminutivo que significa “O filho do dragão” e que foi utilizado mais tarde por Vlad Tepes.

No inverno de 1436-1437, Dracul tornou-se príncipe da Valáquia (uma das três províncias da Romênia) e foi morar no palácio de Tirgoviste, capital do principado. Vlad Tepes seguiu seu pai e viveu por seis anos lá. Em 1442, por razões políticas, Dracula e seu irmão mais novo Radu foram levados como reféns pelo Sultão Murrad II. O jovem Vlad ficou sob domínio turco até 1448, enquanto seu irmão Radu decidiu ficar lá até 1462. Esta captura turca certamente atuou como papel importante na educação de Drácula; foi, provavelmente, neste período que ele passou a ter uma visão pessimista da vida. Entretanto, os turcos libertaram-no após informá-lo do assassinato de seu pai em 1447 – tramado por Vladislav II. Ele também foi informado da morte de seu irmão que tinha sido torturado e enterrado vivo pelos nobres de Tirgoviste.

Aos 17 anos, Vlad Teps Dracula, apoiado pela cavalaria turca e um contingente de tropas emprestado pra ele pelo paxá Mustafasa Hassan, fez seu primeiro grande avanço tomando o trono da Valáquia. Dracula teve que esperar até julho de 1456, quando teve a satisfação de matar seu inimigo mortal e assassino de seu pai. Ele então iniciou seus maior reinado – que durou 6 anos – durante o qual ele cometeu muitas crueldades que então estabeleceram sua controversa reputação.

Seu primeiro grande ato de vingança foi contra os nobres de Tirgoviste pelo assassinato de seu pai e seu irmão Mircea. Num domingo de páscoa, o qual acredita-se ter sido em 1459, ele convidou todas as nobres famílias para participarem de uma grande e farta festa. Ele empalou os mais velhos enquanto forçava os outros a marcharem da capital para a cidade de Poenari. Estas 50 milhas de viagem não foram fáceis e, aqueles que sobreviveram, não puderam descansar até que chegassem ao destino. Drácula então ordenou a eles que construíssem um castelo nas ruínas de um velho posto militar no alto do rio Arges. Muitos morreram, mas Vlad foi bem-sucedido na criação de uma nova nobreza e conseguiu um castelo para futuras emergências. O que hoje resta das ruínas é conhecido como o Castelo de Drácula.

Vlad tornou-se muito conhecido pelas suas técnicas brutais de punição; ele frequentemente ordenava que pessoas fossem esfoladas, fervidas vivas, cegadas, estranguladas, dependuradas, queimadas, arrastadas, fatiadas, despeladas, enterradas vivas, apunhaladas, etc. Ele também gostava de arrancar os narizes, orelhas, órgãos sexuais e línguas. Mas seu método favorito era o empalamento com estacas de madeiras, daí o apelido “Tepes” (Ţepeş) que significa “O Empalador” em romeno. Até mesmo os turcos se referenciavam a ele como “Kaziglu Bey”, que significa “O Príncipe Empalador”. Tal técnica também foi utilizada por ele em 1457, 1459 e 1460 contra os mercantes da Transilvânia que ignoraram suas leis de comércio. Os ataques contra os Alemães Saxões da Transilvânia eram também atos de protonacionalismo para proteger e favorecer as atividades do comércio da Valáquia. Existem vários relatos sobre a filosofia de Vlad III. Ele foi, por exemplo, conhecido na sua terra pela sua insistência por ordem e honestidade. Quase todos os crimes, de mentiras e roubos até assassinatos, poderiam ser punidos com empalamento. Tão confiante da eficácia de suas leis, Drácula colocou uma taça de ouro à disposição do povo na praça de Tirgoviste. A taça poderia ser usada por qualquer um, mas deveria permanecer lá. De acordo com fontes históricas, tal taça nunca roubada e permaneceu inteiramente intacta durante o reinado de Vlad.

Drácula também era interessado no bem-estar da comunidade. Uma vez ele convidou todos os pobres e doentes da Valáquia para uma grande festa na corte de Tirgoviste. Assim que todos os convidados terminaram suas refeições, ele ordenou que eles fossem cercados e queimados. Ninguém sobreviveu.

No começo de 1462, Vlad iniciou uma campanha contra os turcos ao longo do rio Danube. Era completamente perigoso, as forças militares do Sultão Mehmed II eram, de longe, mais poderosas do que o exército Valaquiano. Entretanto, durante o inverno de 1462, Vlad foi bem-sucedido e comandou muitas vitórias. Para punir Drácula, o sultão decidiu iniciar uma ampla invasão da Valáquia. Certamente, seu outro – e maior - objetivo era transformar aquela terra em uma província turca. Para isso ele deslocou um exército três vezes maior do que o de Drácula. Se vendo sem aliados, Vlad, forçado a se retirar para Tirgoviste, queimou seus próprios vilarejos e envenenou os poços pelo caminho, para que então o exército turco não encontrasse nada para comer ou beber. Mais adiante, quando o sultão, exausto, finalmente chegou à capital, deparou-se com uma imagem horripilante: milhares de estacas sustentavam carcaças de mais de 20.000 turcos capturados. Uma cena horrorosa que foi intitulada O Bosque dos Empalados (The Forest Of The Impaled). Essa tática de terror planejada por Drácula foi bem-sucedida; a cena provocou medo devastador na maioria dos corajosos oficiais de Mehmed. O sultão, cansado e faminto, admitiu derrota. Contudo, batendo em retirada do território da Valáquia, Mehmed deixou a próxima fase da batalha para o irmão mais novo de Vlad, Radu, favorito dos turcos para o trono Valaquiano. No comando do exército turco e aliado os inimigos de Vlad, Radu perseguiu seu irmão até o castelo de Poenari, no rio Arges.

De acordo com a lenda, a esposa de Drácula, numa tentativa desesperada de escapar da captura turca, cometeu suicídio se jogando, do alto do castelo, no rio precipício abaixo. Vlad, que definitivamente não era o tipo de homem que se mataria, fugiu de seu castelo pelas passagens secretas pelas montanhas. Ajudado por camponeses do vilarejo de Arefu, ele conseguiu chegar à Transilvânia, onde encontrou o novo rei da Hungria, Matthias Corvinus. Porém, ao invés de lhe oferecer ajuda, Matthias o aprisionou na Capital Húngara de Visegrad. Somente em 1475 que Vlad foi reconhecido como príncipe da Valáquia novamente, gozando mais uma vez de um reinado muito curto; ele foi assassinado no fim de dezembro de 1476.

Pouco se sabe sobre sua morte. Alguns dizem que ele teria sido morto em combate perto da cidade de Bucareste em uma batalha contra os turcos. Outros dizem que ele teria sido assassinado por burgueses valaquianos desleais. Existe até uma versão que diz que Drácula teria sido assassinado por um de seus soldados, que ao ver trajando vestimentas do exército turco – tática que ele utilizara para se infiltrar entre os soldados do sultão – teria o confundido com um inimigo.

O corpo de Vlad Drácula foi decapitado e sua cabeça ficou espetada em uma estaca na cidade de Constantinopla como prova de que o empalador estava morto. Mais tarde foi enterrado em Snagov, uma ilha-monastério localizada perto de Bucareste. Ainda hoje é lembrado na Romênia e na Moldávia como cavaleiro cristão que lutou contra a expansão islâmica na Europa.

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Existe um filme chamado Dark Prince – The True Story Of Dracula que relata a vida de Vlad III. O roteiro do filme conta a história de uma perspectiva um pouco diferente, abordando mais a relação tênue entre Vlad e a cúpula da ingreja ortodoxa - que acretivada que ele era o anticristo - porém coincide com grande parte da história acima.


Sinopse: Todos conhecem a lenda... Poucos conhecem a verdade.

Filmado nas históricas locações da Transilvania na Romênia, este filme com espetaculares cenas de combate nos apresenta a verdadeira história de Vlad Dracula (Rudolf Martin), filho do Príncipe Vlad que através da famosa obra de Bram Stoker, ficou conhecido como Drácula, um vampiro sugador de sangue condenado a viver nas trevas e à vida eterna que temia espelhos e abominava religiões. Vlad foi um guerreiro que lutava para trazer a paz e a justiça a sua conturbada terra natal onde reinava a superstição e o medo. Alguns o viam como herói, outros como um monstro, o próprio anti-cristo. Fazendo justiça com as próprias mãos, ele matava brutalmente seus inimigos enquanto Lidia (Jane March), seu grande amor, era assombrada pelos gritos das pessoas por ele assassinadas. Esta é uma história assustadora de sangue, terror, justiça e amor eterno, a verdadeira história.

Diretor(es): Joe Chappelle
Roteirista(s): Tom Baum
Elenco: Rudolf Martin, Jane March, Christopher Brand, Peter Weller, Roger Daltrey, Michael Sutton, Razvan Vasilescu, Radu Amzulescu, Maia Morgenstern, Claudiu Bleont, Claudiu Trandafir, Dan Bordeianu, Victor Ungureanu, Dan Badarau, Sebastian Lupea



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